Alguns de nós gostam de atrair o Caos, gostam tanto que querem-no só
para si. Não partilharão com mais ninguém. Quando a vida parece feliz e
fácil demais, não tardará muito para que o voltemos a chamar, melhor
amigo pontual, para que faça as honras de a arruinar, de a virar
completamente às avessas porque já sentíamos saudades das dores
psicológicas de estômago, as nostálgicas insónias e de dormir com rolos
de papel higiénico na cabeceira. Vontade de partir o coração de alguém,
vontade de desiludir a família, vontade de enojar estranhos.
Eu pessoalmente adoro, adoro especialmente massacrar-me durante a noite,
naqueles minutos antes de adormecer, que se transformam em horas e
lágrimas. Relembrar-me da última vez que chamei o nosso amigo para
maltratar alguém ou algo do género, simplesmente adoro.
Mas o mais divertido disto tudo, com certeza é o histórico de atitudes,
hábitos e teimas que ganhamos. Que se vão aglomerando na nossa
personalidade, a um ponto que finalmente (e felizmente!) já não
conseguimos ter lá muitos momentos felizes na vida, porque assim é que
se está bem, que eu cá não gosto de facilidades, sempre adorei desafios.
(2013)
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